Enquanto artista, João Fiadeiro, posiciona-se no cruzamento entre performance, dança, artes visuais e teatro. Como investigador posiciona-se nas intersecções entre prática e teoria, arte e ciência, e vida e arte. Os primeiros anos da sua trajetória artística, no início dos anos 80, estiveram ligados a técnicas de dança mais formais como o Ballet, Graham ou Taylor, tendo dançado nesse período na Companhia de Dança de Lisboa e no Ballet Gulbenkian. Em 1988 entrou em contacto com o movimento pós-moderno americano Judson Dance Theatre e com a Nova Dança Belga, alterando de forma radicalmente a sua relação com a dança, passando a praticar de forma intensiva a técnica de contacto-improvisação, ao mesmo tempo que era influenciado pelos métodos de composição de Trisha Brown ou Wim Vanderkeybus. Esse deslocamento levou-o a aproximar-se de criadores-pensadores como Vera Mantero, Francisco Camacho ou André Lepecki (entre outros) com quem criou o coletivo Pós d’Arte, um dos projetos pioneiros da Nova Dança Portuguesa. Em 1990 dá inicio à sua prática coreográfica regular e funda a Companhia RE.AL que para além da criação e difusão dos seus espetáculos, apresentados com regularidade um pouco por toda a Europa. É ainda no quadro da RE.AL que acolhe e programa (no Centro Cultural da Malaposta, no Espaço Ginjal, no Espaço d’Capital e  no Atelier Real) artistas emergentes e eventos transdisciplinares como os LAB/Projetos em Movimento. No fim da década de 90 dá inicio à investigação da Composição em Tempo Real, uma ferramenta teórica-prática de apoio à criação, decisão e colaboração, que enquadra atualmente toda a sua atividade enquanto artista, investigador e pedagogo. Entre 2011 e 2014 co-dirigiu, com a antropóloga Fernanda Eugénio, o centro de investigação AND_Lab em Lisboa, que teve um papel chave na sistematização e processamento desta ferramenta. João Fiadeiro é regularmente convidado a leccionar em escolas e mestrados de dança em Universidades da Europa e América do Sul. É curador convidado da quinta edição do PACAP (Programa Avançado em Criação em Artes Performativas). É artista residente do Teatro Viriato em Viseu no quadriénio 2018-2021 e investigador associado da a.pass (advanced performance and scenography studies) em Bruxelas para o biénio 2021/2022 com bolsa da Fundação Gulbenkian.