Sou uma Artivista feminista brasileira cisgênero, anticapitalista, antirracista, anti-homofóbica, ceramista, artista caminhante e pesquisadora. Desde o início da minha produção artística, minha poética se relacionou com a esfera doméstica, local tradicional de pertencimento das mulheres dentro da ótica de uma sociedade machista e patriarcal, o fio condutor da minha investigação plástica é minha experiência de vida. O universo feminino é um tema recorrente que permeia a minha pesquisa de uma forma mais ou menos incisiva. Dentre os mais variados suportes artísticos utilizados, foi na cerâmica que encontrei melhor acolhimento, tanto pela afinidade com a materialidade do elemento, quanto pelo significado que o barro carrega em seu bojo: ora, em quase toda cultura primeva, a Terra está relacionada ao feminino, nas religiões pagãs a Terra era a Deusa Mãe, na mitologia grega ela é Gaia, a Deusa Primordial, nasceu após o caos e gerou todos os outros deuses, ademais, Zeus ordenou que Hefesto moldasse da terra a primeira mulher a quem deu o nome de Pandora. Desta forma, viso alcançar a condição feminina através do processo criativo que infere da minha experiência pessoal e me recria no que produzo assim, meus trabalhos assumem um tom de denúncia, revolta e inconformismo. Nesta jornada artística, busco dar voz e visibilidade às questões de gênero, na tentativa de romper com as barreiras da invisibilidade. Através da minha arte, almejo somar forças com “todes” aquelas/os que lutam por igualdade, respeito e liberdade.